A homeopatia foi criada em 1796 por um médico alemão, chamado Samuel Hahnemann, baseando-se em sua doutrina denominada similia similibus curantur (semelhante cura semelhante). A ideia é a de que um medicamento usado para combater um certo sintoma deveria provocá-lo em uma pessoa saudável. Ou seja, para combater a febre, é necessário usar um medicamento que também a provoque.
Desde sua criação, a homeopatia se difundiu pelo mundo e é usada por milhões de pessoas em diversos países, principalmente na Alemanha e no Reino Unido. No Brasil, a homeopatia é considerada uma especialização médica.
O que são os remédios homeopáticos?
Os remédios homeopáticos são produzidos a partir de extratos vegetais, animais, minerais e sintéticos na forma de preparações dinamizadas, se baseando na diluição e na sucessão da mistura.
Assim, os substratos são diluídos em álcool ou água e a mistura passa pelo processo de sucussão, no qual é vigorosamente sacudida. Ao fazer isso, as características curativas do soluto são transferidas para o solvente, devido à propriedade de memória da água.
Esse processo pode se dar repetidas vezes, sendo que quanto mais diluída for uma preparação, maior será a sua potência.
Como é feita a prescrição do medicamento homeopático?
A consulta homeopática é longa e busca a aproximação do profissional de saúde com o paciente. A doença é vista como um desequilíbrio não apenas físico, mas também psicológico, social e cultural, devendo ser tratada como tal.
O medicamento prescrito é, então, individualizado, dependendo não apenas da doença como na medicina tradicional, mas também da personalidade do indivíduo. Dessa forma, pessoas com a mesma complicação podem ser tratadas com remédios homeopáticos diferentes.
A homeopatia pode ser combinada com a medicina tradicional?
Pode sim e isso é até recomendado pela Organização Mundial de Saúde no tratamento de doenças orgânicas graves, como câncer, malária, tuberculose, diarreia infantil, hipotireoidismo, aids e muitas outras.
Remédios homeopáticos provocam efeitos colaterais?
Como os remédios homeopáticos são altamente diluídos, mesmo os preparados a partir de substâncias tóxicas não gerariam efeitos colaterais. Apesar disso, há relatos de convulsões e mortes associadas a esses remédios na literatura, embora provavelmente devido a erros de diluição.
Dessa forma, fica o aviso de que há o risco potencial de efeitos colaterais, assim como com qualquer outro medicamento.
A homeopatia funciona?
Em 2005, foi publicado na Lancet, uma revista científica de renome, uma revisão sistemática que analisou mais de 200 estudos clínicos homeopáticos e convencionais e demonstrou que havia uma evidência fraca de que a homeopatia gerasse resultados clínicos, o que era compatível com a noção de que dependesse apenas do efeito placebo — ou seja, o mesmo efeito gerado por um comprimido de farinha ou de açúcar.
Da mesma forma, os conceitos de memória da água e da diluição potencializarem a dose e vão de encontro aos conceitos modernos de química, física e biologia, sendo ridicularizados por muitos cientistas.
Por isso, ao redor do mundo, diversas sociedades médicas se posicionam contra o uso da homeopatia devido à falta de evidências claras da eficácia dos tratamentos.
No entanto, os defensores da homeopatia afirmam que devido à individualidade do tratamento e à complexidade da consulta homeopática, a análise da homeopatia em larga escala se torna improvável, com a técnica, apresentando resultados positivos em alguns estudos de pequeno porte.
Além disso, os resultados obtidos com os pacientes nesses últimos 200 anos já trariam evidências suficientes de que a prática homeopática realmente funciona.
Enquanto a polêmica é discutida, a prática da homeopatia continua por aí e não parece estar se enfraquecendo. Mesmo que ela seja considerada especialidade médica, os remédios homeopáticos fazem parte da prescrição farmacêutica.
Qual é o fundamento da homeopatia?
Você sabe onde começou a homeopatia? De forma geral, a origem é atribuída ao médico Samuel Hahnemann no século XVIII, embora algumas práticas já fossem difundidas na época.
Hahnemann discordava dos métodos da medicina convencional e seguia uma corrente chamada vitalismo, mas o que isso significa? Pense da seguinte forma: quando um paciente tem um problema médico, a análise tem a ver com fenômenos físicos, certo?
(1755-1843)
Para os vitalistas. a doença também poderia ter relação com um impulso vital e metafísico. Seria uma espécie de força imaterial que estrutura a vida e a natureza de um ser humano. Lembra de quando nos referimos a possibilidade de que remédios que provocam um sintoma também podem ser capazes de curar uma doença?
Então, é nessa crença que o “princípio da similitude” do Hahnemann se baseia. Diferentemente da medicina tradicional, o foco deixa de ser as causas externas do problema e passa para os sintomas — isso inclui reações psicológicas.
Como são produzidos os remédios homeopáticos?
De forma geral, os remédios homeopáticos são feitos por meio da dinamização. Ou seja, as soluções diluídas são agitadas para libertar a energia que deve ser usada no tratamento. Isso é feito por meio de choques fortes e ritmados.
Esse método é o hahnemanniano, em homenagem ao próprio Hahnemann. Em alguns casos, essa diluição é feita em uma escala menor, quando o objetivo é um medicamento menos potente.
Os solventes mais comuns são o álcool, a água e a glicerina. A substância é dissolvida em uma pequena proporção (cerca de 1%) e agitada algumas vezes. Também é possível dinamizar usando outros métodos, como o korsakoviano e o fluxo contínuo.
Em substâncias insolúveis, o processo usado é a trituração. Nesse caso, o elemento usado é a lactose e a proporção de 1% se mantém. A substância é dividida em três partes e a trituração acontece de forma centesimal.
Os remédios homeopáticos costumam vir na forma de glóbulos, isto é, bolinhas de sacarose. Alguns ficam na forma líquida, sendo ingeridas por meio de gotas ou colheradas. Em casos mais raros, o medicamento vem na forma de comprimidos.
O ideal é evitar manusear o remédio. Se estiver em glóbulos, o procedimento recomendado é colocá-lo direto na boca, virando na tampa do recipiente. Caso seja líquido, é importante não colocar o conta-gotas em contato com a língua.
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